ECONOMICAS DA ACADEMIA REAL DAS SCIENCIAS PARA O ADIANTAMENTO DA AGRICULTURA, DAS ARTES, Nifi utile eft quod facimus, ftulta eft gloria. TOMO II. LISBOA NA OFFICINA DA MESMA ACADEMIA. ANNO M. D C C. x C. Com licença da Real Meza da Commiffao Geral fobre o Exas MEMORIA Sobre a preferencia que entre nós merece o estabelecimento dos Mercados ao uso das Feiras de anno para o Commercio intrinfeco. POR THOMAZ ANTONIO DE VILLA-NOVA PORTUGAL. O AUTHOR da obra intitulada Le Magiftrat Citoyen dá por demonftrado , que as Feiras nao indicao hum cftado florente de Commercio, mas moftrao que elle he opprimido, e he pequeno. O tumulto de alguns dias, que apparentemente admira fó offerece á reflexao hum commercio momentaneo a que fe fegue hum largo efpaço de ociofidade: como de qualquer máquina, que fe moveffe de anno em anno, feria illufaổ capacitar-fe que tinha hum gyro activo. A Hiftoria do Commercio confirma efte fentimento: na ultima Epocha, que fe conta desde a invafao dos Barbaros na Europa, até á defcuberta da India por D. Vafco da Gama; quando parou todo o Commercio, até que fobre as ruinas do Imperio fe forao eftabelecendo as novas Monarquias; elle principiou por meio de grandes Feiras. As Potencias maritimas deffe tempo conduziao em frotas de huns para outros pórtos os generos do feu Paiz e dos feus alliados; que depois paffavao para Feiras. Feiras, aonde concorriao os póvos a trocar, ou prover-fe dos que precifavao (1). . Tom. II. (1) Devo fazer differença de Praças de Commercio a Feiras. Praças de Commercio florecêraó muitas em todo efte tempo fucceffivamente. Vineta foi praça dos Vandalos, deftruida |