Memorias Ecclesiasticas, e Geographia antiga de Braga pelo Padre D. Jeronimo Contador de Argote. 2.- Memorias para a Historia d'El-Rei D. João 1 – por José Soares da Silva. 3.'- Memorias Ecclesiasticas do Bispado da Guarda - 1.9 1.' parte pelo Doutor Manoel Pereira da Silva Leal. 4.0—Historia de Malta - pelo Padre Fr. Lucas de Santa Ca tharina. 5.'— Ordens Militares que houve em Portugal. 3 vol.— por Ale xandre Ferreira. 6.'—Vidas dos Bispos d'Elvas (Latim) pelo Marquez de Ale grete, Fernào Telles da Silva. 7.—Uma parte da historia dos Romanos na Lusitania — pelo Marquez de Fronteira. 8.'— Apparato da Disciplina Ecclesiastica deste Reino- por D. Francisco de Almeida. 19.—Memorias d’El-Rei D. Sebastião — por Diogo Barbosa Ma chado. 10.0—- Memorias para a Historia da Universidade de Coimbra - por Francisco Leilão Ferreira. (Andão na Collecção, e forão depois publicadas, avulsas, com o titulo de Noticias Chronologicas etc.) 11.- Catalogo Historico das Rainhas de Portugal - pelo Padre José Barbosa. 12.9--Historia Genealogica da Casa Real de Portugal —e Pro vas— pelo Padre D. Antonio Caetano de Sousa. 13.°— Diversos trabalhos do Padre D. Raphael Bluteau. 14.'— Vida do Infante D. Luiz-pelo Conde de Vimioso. 15.—Memorias d'El-Rei D. Duarte-por Martinho de Men donça de Pina e Proença. 16."-Vida do Condestavel D. Nuno Alvares Pereira, E afora estas, outras muitas composições ha, que fòra extensa tarefa indicar, e podem ver-se na referida Memoria, d'onde igualmente constará a poderosa protecção que o Sr. D. João v prestou ás Letras, animando com generosos soccorros a publicação de dispendiosissimas obras. Academia Real das Sciencias de Lisboa. Föra-nos muito grato consagrar longas paginas a commemo ração desta sempre respeitavel Corporação Scientifica; mas somos forçados pela natureza especial do nosso trabalho, a só indicar as fontes de informação, a que he necessario recorrer para a sua historia, aliás escripta em tantas Memorias e Publicações notaveis, que por boa fortuna das Lettras e das Sciencias correm impressas. a Huns poucos de homens, dotados de grande amor das Sciencias, e de muito zelo pela verdadeira gloria e felicidade da sua Nação, animados por hum Varão illustre, que cultivando as Lettras desde os seus primeiros annos, e havendo examinado os progressos que ellas havião feito nas Cidades mais polidas da Europa, as desejava ver não só restauradas, mas vulgarisadas na sua Patria; estabelecerão esta Academia das Sciencias, consagrada ao augmento dellas, e á propagação das luzes pelas diversas classes da Sociedade. » O Varão illustre de quem falla o sabio Trigoso, que escreveu aquellas palavras, he o Duque de Lafões, Thio da Senhora D. Maria 1.a Ao zelo e diligencias do preclarissimo Duque se deve a fundação da Academia Real das Sciencias, cujos primeiros Estatutos forão approvados por Aviso de 24 de Dezembro de 1779. Os subsidios para a IIistoria da referida Academia são os seguintes: MEMORIAS DA LITTERATURA PORTUGUEZA. HISTORIA E MEMORIAS DA ACADEMIA REAL DAS SCIENCIAS. MEMORIAS ECONOMICAS DA ACADEMIA R. DAS SC. DE Lis BOA. COLLECÇÃO, DE Livros INEDITOS DE HISTORIA PORTUGUEZA. CUMENTOS E LIVROS DE SCIENCIAS E BELLAS-LETRAS, E DADAS PUBLICAR POR ORDEM DA ACADEMIA. deixamos apontados, encontrão-se os muitos relevantes serviços que uma tão respeitavel Corporação tem prestado ás Lettras patrias, á Sciencia, e ao desenvolvimento da prosperidade nacional. — Passemos agora a indicar os subsidios relativos á constituição organica da Academia, e Legislação e estilos porque se tem governado. Collecção Systematica das Leis e Estatutos, por que se tem governado a Acad. R. das Sc. de Lisboa, desde o seu estabelecimento até o tempo presente. Lisboa 1822. He um trabalho feito pelo Academico Francisco Manoel Trigoso d'Aragão Morato. Em uma nota ao S 11 da dita Collecção vem apontados os Livros e Minutas que Trigoso consultou; e aos documentos ahi referidos nos remettemos, para o conhecimento da fundação, leis, planos de estudos, primeiros Estatutos, etc. Novos Estatutos da mesma Acad., approv. por Dec. de 15 de Outubro de 1834. Portaria de 23 de Outubro de 1834, mandando entregar á Academia a guarda, uso, e administração da Livraria do extincto Convento de Jesus, para que unida á da Acad., bem como o Museu, fossem franqueadas ao Publico em beneficio das Sciencias e das Lettras. Nesta Portaria he commemorado o admiravel rasgo de generosidade do Padre Mestre Fr. José Mayne, Religioso da 3.Ordem de S. Francisco, o qual applicára em sua vida algumas propriedades e dinheiro, provenientes de seus ordenados, para o accrescentamento, e manutenção da Livraria do Convento de Jesus, para a creação e estabelecimento de um Museu e Gabinete de medalhas e pinturas, e para as despezas de uma Cadeira de Historia Natural applicada a demonstração dos attributos de Deos. -Na mesma Portaria são commettidas á Acad. a administração e direcção dos mencionados estabelecimentos, e das propriedades e dinheiros applicados á sua manutenção. (Em Outubro de 1834 era Min. dos Neg. do Reino o Bispo Conde Fr. Francisco, que depois foi Cardeal Patriarcha de Lisboa, e cujo nome he tão caro ás Lettras Portuguezas.) Novos Estatutos da mesma Acad. de 15 de Abril de 1840. Decreto de 13 de Dezembro de 1851, reformando e mo dificando os Estatutos da mesma Acad. Decreto Regulamentar de 22 de Dezembro de 1852, nos termos do Art.° 25 do Decreto antecedente. Arcadia de Lisboa. Para conhecimento da historia desta Sociedade litteraria, e da influencia que teve pa restauração da nossa Litteratura, temos um interessante subsidio, qual he o seguinte MEMORIAS SOBRE O ESTABELECIMENTO DA ARCADIA DE LIS BOA, E SOBRE A SUA INFUENCIA NA RESTAURAÇÃO DA d'Aragão Morato. Desta rica Memoria já fiz menção especial no Cap. 2.°, Titulo 2.", deste trabalho, e a noticia que ali dei me reporto agora, accrescentando algumas breves noticias. Esta Academia, para o estabelecimento da qual não concorreu o poder Real, foi devida aos esforços de dous Magistrados illustres, Antonio Diniz da Cruz e Silva, e Manoel Nicolao Esteves Negrão, os quaes, conferindo primeiramente entre si, e depois com o Dr. Theotonio Gomes de Carvalho, formárão um plano de Estatutos para a futura Sociedade, nas reuniões que celebrárão nos dias 15 e 20 de Agosto, e 23 de Setembro de 1756, conseguindo que a Arcadia se constituisse definitivamente em 19 de Julho de 1757. As risonhas reminiscencias da Grecia antiga forão parte para que adoptassem o nome de Arcadia, e o de Monte Ménalo para o local das suas conferencias; e por quanto os Alumnos da Arcadia se figuravão pastores, cada um delles devia escolher nome e sobrenome pastoris. Já no Capitulo 2.', Titulo 2.°, pag. 62, disse quaes forão os Arcades mais celebres, e os nomes que esses adoptárão. Vejamos, muito em resumo, os serviços que a Arcadia prestou a nossa Litteratura: «Abrangendo o fim do estabelecimento da Arcadia, diz Trigoso, não só a reforma da Poesia Portugueza, mas tambem a da Eloquencia, e a da Linguagem patria; muitas forão as regras que os Arcades dictárão, para estes estudos se elevarem a sua antiga e aurea simplicidade. » «Hum grande triunfo ganharão os Arcades sobre o grande numero de insipidos versejadores do seu tempo, e este foi terem deixado provado com o pezo das razões, e ainda mais com a efficacia dos exemplos, que a poesia vulgar era independente do jugo da rima, ou do sonoro zum-zum dos consoantes, a que todos estavam servilmente ligados. » «Finalmente o estudo dos nossos antigos Poetas, e o da linguagem patria era huma lição todos os dias inculcada na Arcadia, e que Diniz repetio por hum modo muito engenhoso e engraçado naquelle Dithyrambo, em que brindando separadamente a cada hum dos insignes Poetas Portuguezes, exceptua o Montemaior, por ter escrito a sua Diana no idioma Castelhano.» Eis como Trigoso termina a sua Memoria:=«O fim desta Sociedade em 1776 prende-se naturalmente com o principio da Academia Real das Sciencias em 1779. O illustrado Fundador desta Academia quiz que as Bellas Lettras formassem huma das tres Classes em que sabiamente a dividio; e os novos Socios amparando ou cultivando estes estudos, caminharão pela mesma estrada dos Arcades, e tem diffundido cada vez mais nesta Nação o brilhante lume, que elles primeiro accenderão. Mas se a Academia não póde, nem deve ser insensivel ao justo tributo de louvor, que lhe tem dado os Sabios Portuguezes e Estrangeiros, tambem deve soffrer sem rubor, e ainda com festival reconhecimento, que vivão honrosamente na posteridade os nomes daquelles varões, que a precedêrão na sua gloriosa empreza; e que segando primeiro as venenosas plantas que cobrião o vasto campo da nossa Litteratura, abrírão assim a illustre época da sua restauração.)= Veja-se tambem o bello artigo, que vem no Panorama n.° 164 do anno de 1840, e tem por titulo--- Academia da Arcadia Portugueza. -0 author desse excellente artigo conseguio substanciar em resumido, mas animado quadro, a Memoria de Trigoso. Para instrucção dos Leitores, que de prompto não tiverem á mão as Memorias da Acad. R. das Sc. de Lisboa, lançaremos aqui o Catalogo de alguns socios da Arcadia de Lisboa. Manoel Nicoláo Esteves Negrão. Almeno Sincero. Alcino Micenio. Licidas Cinthio. José Gonçalves de Moraes.. Fido Leucacio. |