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O exemplar da collecção Adamson foi vendido por 5 sh. Em Portugal não sei da existencia de algum em sitio designado.

2. Diz-se que existe traduzido na mesma lingua o episodio de Ignez de Castro, por Guldberg, já no presente seculo, sem mais declarações.

VERSÕES SUECAS

466) 1. Carls Julius Lanstrom, ecclesiastico, nascido em Gelfe no anno de 1811: Lusiaderne hieldedikt af Luis de Camoens oversattning fran originalat pa dess verslag af Carls Julius Lanstrom, Froita Sangen. Upsala, 1838.

É o primeiro canto dos Lusiadas em outava rythma, do qual existe um exemplar na Bibliotheca Nacional de Lisboa.

2. Nils Lovén, ecclesiastico, nascido em Reng, no anno de 1796: Lusiaderne hieltedickt af Luis de Camoens oeversat fran." portugesisken i originalets versform af Nils Lovén. Stockolm, 1839.

A traducção é em outava rythma, e annotada no fim. Ha um exemplar na Bibliotheca Nacional de Lisboa.

VERSÕES RUSSAS

467) 1. Alexander Dmitrieff: Lusiada em dez cantos, traduzida do francez na lingua russa. Moskow, 1788. 8.o 2 tomos.

Do que diz o sr. Visconde a pag. 301, mal se póde julgar se a traducção foi feita sobre a de Laharpe, ou sobre a de Duperon de Castera.

2. Merzliakoff, professor na Universidade de Moskow, falecido em 1833: traduziu em verso fragmentos dos Lusiadas, e entre estes o episodio de Ignez de Castro, que dizem se imprimira na dita cidade em 1833.

Apezar do cuidado que empreguei em transcrever fielmente os titulos das versões até aqui mencionadas, é possivel que a ignorancia absoluta da maior parte das linguas occasionasse algumas discrepancias ou erros, que importe corrigir de futuro.

TRADUCÇÕES LATINAS

468) 1. D. Fr. Thomé de Faria, bispo de Targa (V. no logar competente do Diccionario): Lusiadum libri decem. Authore Domino Fratre Thoma de Faria, Episcopo Targensi, Regioque Consiliario, Ordinis Virginis Maria de Monte Carmeli, Doctore Theologo, Ullyssiponensi. Ullyssipone, ex Officina Gerardi de Vinea, Anno 1622. 8.o de vш-178 folhas, numeradas só na frente.

O traductor tinha 80 annos quando publicou a sua versão. Esta finda na estancia CXLIV do poema, omittidas as ultimas doze, que no original contêem a peroração a el-rei D. Sebastião.

Os exemplares são tidos em conta de raros. No Manual de Brunet vem mencionado um, com o preço de 3 florins. O da collecção Adamson foi vendido por 1 £ 13 sh.

Sahiu a traducção reimpressa no tomo v do Corpus illustrium Poetarum Lusitanorum (V. no Diccionario o artigo P. Antonio dos Reis.)—É de todas as que se fizeram na lingua latina a unica que logrou as honras da publicação. Além d'ella contam-se as de André Bayam (em verso), duas anonymas, Antonio Mendes, Manuel de Oliveira Ferreira (só o canto vir do poema), e Filippe José da Gama. Todas se reputam perdidas. Da de Fr. Francisco de Sancto Agostinho de Macedo existia parte em poder do P. Domingos da Soledade Sillos (Vej. no Diccionario, tomo ) e o resto se conserva em mão do sr. conselheiro Antonio Corrêa Caldeira. Vej. o que a este respeito diz o sr. Visconde de pag. 218 a 219.

TRADUCÇÕES GREGAS

469) Não existe n'esta lingua alguma versão impressa, nem noticia de que a haja manuscripta. Consta que Timotheo Lecussan Verdier (de quem faço menção no logar competente d'este Diccionario), começára a traduzir os Lusiadas em grego: porém não ha sido possivel descobrir actualmente o menor vestigio dos

seus trabalhos ineditos, nem saber como ou quando se extraviaram. Vej. o que diz sobre este ponto o sr. Visconde a pag. 213.

TRADUCÇÕES HEBRAICAS

empre

470) É constante que houvera n'esta lingua uma versão dos Lusiadas, feita no seculo passado por Luzetto, ou Moyses Chaim Luzatto, segundo o appellida o sr. Visconde. Foram porém infructiferas todas as diligencias que s. ex. hendeu para achar noticia exacta d'essa versão manuscripta, e do que lhe diz respeito. Se existiu, como se julga, deve suppor-se actualmente perdida. Vej. o artigo respectivo na edição do mesmo sr. a pag. 211 e 212.

Ao terminar o presente artigo, que muitos taxarão de nimio-extenso, ao passo que alguns desejariam vel-o muito mais ampliado, occorreu-me não deixar em silencio duas especies, que poderão ser uteis de futuro, para prevenir duvidas ou equivocações.

1. Na Histoire Litteraire Française et Etrangère par Mr. Girault de S. Fargeau, Paris 1852, a pag. 33, lê-se: que Madame du Bocage entre outras obras que tractou de transportar de linguas extranhas para a franceza, traduzira tambem a Colombiada de Camões!!! Não ha dos muitos Diccionarios historicos e biographicos que tenho visto, algum que deixe de mencionar expressamente a Colombiada como producção original d'aquella celebre poetisa do seu tempo; ella mesma como tal a inculca na epistola dedicatoria ao papa Benedicto XIV, que precede o dito poema na edição de 1758, da qual conservo um exemplar. Seja porém o que for, estava reservada para os nossos dias a gloria de vermos assim augmentar-se a herança, já de si tão avultada, que nos ficou do nosso epico, mediante a gratuita adjudicação de uma obra, que até agora ninguem pensára The pertencesse! Eis aqui as consequencias inevitaveis para os que escrevem á toa, fiando tudo de auctoridade alheia, ou da reminiscencia propria, e crendo-se dispensados de gastar tempo em examinar com seus olhos as cousas de que pretendem tractar. Se passados alguns seculos o poema da Colombiada, que hoje se não acha facilmente, vier a desapparecer de todo, é possivel que alguns leitores de Mr. de S. Fargeau (caso os tenha n'esse tempo) se capacitem de que Camões escrevera effectivamente uma Colombiada, cuja noticia escapara a todos os seus biographos e commentadores!

2. Um dos redactores que era do Jornal Mercantil, folha de grandes dimensões, mas de curta duração, publicada em Lisboa em 1858, ao approximar-se o carnaval em Fevereiro do dito anno, lembrou-se (como depois confessou) de brindar os seus leitores com uma peta propria do tempo. Inseriu em um dos numeros a noticia circumstanciada da descoberta de uma carta autographa de Luis de Camões, encontrada na provincia do Minho por certo padre, que se dizia ser chegado de fresco a Lisboa, com o fim de negociar o achado. A carta fôra escripta na India, dirigida a D. Maria de Figueiroa, filha do mestre Belchior, corregedor de Damão; e de certo que a historia contada com toda a naturalidade apresentava visos de verdadeira, e corroborava-se até com a elegia XIII, que anda em nome do poeta nas edições mais completas das suas obras. Alguns outros periodicos de Lisboa, e não sei se das provincias, deram-se pressa em dar curso a noticia, transcrevendo-a. Eu a vi reproduzida entre outros na Revolução de Septembro n.o 4743 de 13 de Fevereiro.-Eis que o proprio auctor em o n.o do Mercantil de 18 do dito mez volta á praça a desdizer-se, manifestando o logro, com que por alguns dias captivára a attenção publica, deixando desvanecidas todas as esperanças, não sem magoa dos archeologos e apaixonados do poeta, que assim viram fugir-lhes o ensejo de poderem saciar a sua curiosidade, observando até onde chegaram os primores calligraphicos da mão que soubera traçar os cantos dos Lusiadas!

LUIS CANDIDO CORDEIRO PINHEIRO FURTADO COELHO, nascido em Lisboa a 28 de Dezembro de 1831. Depois de servir por tempo de

nove annos, de Outubro de 1846 a egual mez de 1855 um logar de Amanuense da Secretaria d'Estado dos Negocios da Guerra, motivos particulares o levaram a requerer a exoneração, e a retirar-se de Portugal para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em Março do anno seguinte. Votando-se então à arte scenica, e reunindo em si successivamente as tres qualidades de auctor, ensaiador, e artista dramatico, tem no decurso dos ultimos annos dirigido varias companhias e emprezas theatraes, já na provincia do Rio-grande do Sul, já na côrte do Rio de Janeiro, onde é actualmente emprezario e actor no theatro das Variedades, cuja companhia elle proprio organisou. — E.

471) O Agiota: drama em cinco actos e um prologo... representado pela primeira vez no theatro de D. Maria II em 30 de Septembro de 1855. Lisboa, Typ. de Sales 1857. 8.0 gr. de 75 pag.-Representado como se vê, no tempo em que o auctor se achava ainda em Lisboa, e bem acolhido do publico, só veiu a imprimir-se algum tempo depois da partida d'aquelle para o Brasil.

472) Poesias e Theatro de L. C. Furtado Coelho. 1. Sorrisos e prantos: poesias. Lisboa, Typ. Universal 1855. 8.o gr. de 119-3 pag:-A este deviam seguir-se outros volumes, cuja impressão não chegou a realisar-se.

Conserva ineditas as seguintes peças, quasi todas já representadas com applauso nos theatros de que ha sido director, as quaes tracta de imprimir com brevidade:

473) Amor da arte: comedia-drama em quatro actos.

474) Um episodio da vida: comedia-drama em tres actos.

475) Nem por muito madrugar amanhece mais cedo: proverbio em um acto. 476) Procure-me depois d'amanhã: comedia em um acto.

Conserva egualmente um volume de poesias, que pretende publicar com o titulo de Prantos e sorrisos.

Em Lisboa collaborou nos periodicos litterarios Revista Popular, e Semana Theatral; e no jornal politico Imprensa e Lei como folhetinista. Foi em 1853 um dos dous primeiros redactores do Jornal do Commercio, durante a primeira serie da sua publicação.

No Brasil escreveu tambem alguns folhetins no Correio Mercantil, e em outros jornaes do Rio, etc.

P. LUIS CARDEIRA, Jesuita, Doutor em Theologia e Lente d'Escriptura na Universidade d'Evora, etc.-N. na villa do Alvito, no Alemtejo, em 1617; e m. em Evora a 28 de Julho de 1684.-E.

477) Sermões: dedicados ao apostolo do Oriente S. Francisco Xavier. Evora, na Offic. da Univ. 1687. 4.o de vi-316 pag.-Contém doze sermões.

Este volume foi publicado posthumo pelos padres do collegio d'Evora. Posto que o collector do chamado Catalogo da Academia não inscrevesse n'elle o nome do P. Cardeira, todavia os sermões d'este jesuita merecem estimação pela pureza, elegancia e propriedade de sua linguagem, e n'elles se mostra discipulo aproveitado do P. Antonio Vieira. Este mesmo conceito ouvi fazer ha muitos annos a alguns dos nossos entendidos philologos, cujo voto reputo assás auctorisado.

P. LUIS CARDOSO, Congregado do Oratorio, e irmão pelo sangue e pelo habito do P. Antonio dos Reis, de quem já fiz menção no tomo I do Diccionario. Foi Academico da Academia Real de Historia, e muito estudioso das antiguidades e cousas de Portugal. - N. em Pernes, logar na provincia da Extremadura, e vestiu a roupeta da Congregação em 1717.-M. a 3 de Julho de 1762. Para a sua biographia vej. os Estudos biographicos de Canaes, pag. 250. -Na Bibliotheca Nacional de Lisboa existe um quadro, representando a sua cabeça.-E.

478) Diccionario geographico, ou noticia historica de todas as cidades, villas, logares e aldeas, rios, ribeiras e serras dos reinos de Portugal e Algarve;

com todas as cousas raras que n'elles se encontram, assim antigas como modernas. Tomo I. Lisboa, na Regia Offic. Silviana 1747. fol. de XLII-754 pag. Comprehende a letra A.-Tomo II. Ibi, na mesma Offic. 1752. fol. de XXXVI-776 pag. Comprehende as letras B e C.

Com o segundo tomo se interrompen a publicação d'esta importante obra, que contém noticias minuciosas, ainda que ás vezes escriptas com falta de boa critica, porém geralmente interessantes, e fructo de longas investigações feitas nas proprias localidades, muitas d'ellas fornecidas pelos respectivos parochos e magistrados. O ́auctor a deixou concluida, e a parte manuscripta existe ainda inedita, segundo se affirma, no Archivo Nacional, onde ha sido consultada por alguns estudiosos.

O preço dos dous tomos impressos tem chegado, creio, de 1:600 até 2:400 réis.

479) Receita universal, ou breve noticia dos Sanctos especiaes advogados contra os achaques, doenças, perigos e infortunios a que ordinariamente vive sujeita a natureza humana. Lisboa, na Offic. de José Antonio da Silva 1727. 8.o

480) Portugal sacro-profano, ou catalogo alphabetico de todas as freguezias do reino de Portugal e Algarve, seus oragos, titulo dos parochos, e annual rendimento de cada uma, etc. Lisboa, na Offic. de Miguel Manescal da Costa 1767-1768. 8.o 3 tomos.-Sahiu com o nome supposto de Paulo Dias de Niza.

Obra util e estimada n'outro tempo, mas que de pouco serve actualmente. Corre por preços mediocres, e encontra-se sem grande difficuldade.

LUIS CARLOS DE CLAVIERE, Sargento-mór da praça d'Almeida em 1781. Parece ser nascido em Portugal, posto que o seu appellido claramente denuncie origem estrangeira.-E.

481) Instrucção dirigida aos officiaes de infanteria, para saberem delinear e construir toda a qualidade de obras de campanha, e para saberem por em estado de defensa diversos pequenos postos etc. Por F. de Gaudi. Traduzido na lingua portugueza. Lisboa, na Offic. de Francisco Luis Ameno 1781. 8.o de xx156 pag. com um retrato e 39 estampas.

Este livro poucas vezes apparece á venda, e creio que ninguem ó lê.

. LUIS CARLOS MARTINS PENNA, Moço da Camara de S. M. I., Empregado na Secretaria dos Negocios Estrangeiros, e depois Addido á Legação brasileira na corte de Londres. Dizem-me que falecera prematuramente ha poucos annos em Lisboa, e que fôra o seu cadaver sepultado no cemiterio dos Prazeres.-E.

482) Os irmãos das Almas. Comedia em um acto. Rio de Janeiro, Typ. Dous de Dezembro, de Paula Brito 1852. 4.o de 17 pag.

483) O caixeiro de taverna: comedia em um acto. Ibi, na mesma Typ. 1852. 4.o de 17 pag.

484) Quem casa quer casa: proverbio em um acto. Thi, mesma Typ. 1852. 4o de 14 pag.

485) O Juiz de paz da roça: comedia em um acto. Terceira edição. Ibi, mesma Typ. 1855. 4. de 15 pag.

Além d'estas quatro, de que tenho exemplares por favor do sr. B. X. Pinto de Sousa, consta-me que existem impressas outras comedias do mesmo auctor, intituladas: 0 Noviço - 0 Diletante-Judas em sabbado d'Alleluia-e talvez mais algumas; as quaes todas reunidas formam collecção sob o titulo Theatro Brasileiro.

LUIS CARLOS MONIZ BARRETO, Bacharel pela Universidade de Coimbra, provavelmente na Faculdade de Leis.-D'elle não pude haver mais noticias pessoaes.-E.

486) Tractado da educação physica e moral dos meninos de ambos os se

xos, traduzido do francez em linguagem portugueza. Lisboa, na Offic. da Academia Real das Sciencias 1787. 8.o de xx1-367 pag. O original d'esta obra é de Joly de S. Valier, coronel de infanteria no exercito francez.

487) Discursos sobre a historia ecclesiastica por Fleury, traduzidos em

portuguez. Lisboa, por Antonio Vicente da Silva 1773. 3 vol. 8.0

488) Historia das Orações de Marco Tullio Cicero, ornada com varias notas criticas e historicas, etc. Traduzida do francez. Lisboa, na Offic. de Manuel Antonio 1772. 8.o de xvi-153-130 pag.

LUIS DE CASTRO. (V. Luis Joaquim de Oliveira e Castro.)

D. LUIS DE CERQUEIRA, Jesuita, Doutor em Theologia pela Universidade d'Evora, e Bispo no Japão, onde entrou em 1598.-Foi natural da villa d'Alvito; morreu em Nangasaqui a 16 de Fevereiro de 1614, com 62 annos d'edade. - E.

489) Relação da morte que seis christãos japões padeceram pela fé de Christo. Escripta e enviada a El-rei aos 25 de Janeiro de 1604.-Impressa em 4.o, de 40 pag., sem nome do impressor, em folhas coladas, segundo o uso da typographia chineza.

Ha no Archivo Nacional um exemplar d'este rarissimo opusculo. Barbosa desconheceu esta edição, e só houve noticia de uma traducção italiana, que se imprimiu em Roma 1607. 8.o O pseudo-Catalogo da Academia tambem o não menciona pela razão já sabida.

LUIS COELHO DE BARBUDA, Criado da Casa Real, nascido em Lisboa, provavelmente no ultimo quartel do seculo XVI.-E.

490) Emprezas militares de Lusitanos. Lisboa, por Pedro Craesbeeck 1624. 4.o de vi-334 folhas, numeradas só na frente.

Esta obra, escripta em lingua castelhana, é qualificada por Antonio de Sousa de Macedo nas suas Excellencias de Portugal, cap. 14.o, de «livro excellente. O Marquez de Alegrete, na conta dada á Academia Real de Historia diz porém: «Que as Emprezas militares têem contra si as suspeições do tempo em que seu auctor as escreveu,» referindo-se ao dominio castelhano a que estavam então sujeitos os portuguezes.

491) Por la fidelidad Lusitana: apologia contra el doctor Don Martin Carrillo, el doctor Antonio Ciccarelli, y sus escriptos de Geronimo Franqui. Lisboa, por José Rodrigues 1626. 4.o de vi-34 folhas.

Menos conhecida que a antecedente. De ambas vi exemplares na livraria do extincto convento de Jesus.

LUIS CORRÊA DE FRANÇA E AMARAL, Bacharel formado em Leis pela Universidade de Coimbra, e exerceu por algum tempo logares de magistratura, etc. Foi Socio da Arcadia de Lisboa, não dos primeiros fundadores, mas dos novos membros que a esta associação se aggregaram depois em suas successivas recomposições. Ahi tomára o nome poetico de Melizeu Cylenio. Egualmente o foi da Academia de Bellas-Letras de Lisboa, ou Nova-Arcadia, e um dos que mais provocaram as iras de Bocage, que o flagelou por vezes com pungentes satyras, das quaes podem ver-se algumas no tomo I da ultima edição das Poesias do mesmo Bocage.--França nasceu em 1725, ao que parece em Lisboa; e m. em 1808. As suas obras impressas attestam que era poeta mediocre, mas de vêa mui fecunda. Deixou um filho, por nome Manuel Corrêa de Moraes, falecido ha poucos annos, o qual exercia não sei que emprego subalterno na antiga Intendencia das Obras Publicas, e herdára do pae o gosto pela metrificação, sendo-lhe todavia inferior em talento. Alguns versos existem d'elle avulsamente impressos, de que me pareceu desnecessario tomar nota para o Diccionario.

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